<br>Pinochet <br>sem honras nem luto
O ex-ditador chileno Augusto Pinochet morreu, no passado domingo, aos 91 anos, no Hospital Militar de Santiago, unidade onde se encontrava internado há uma semana devido a um colapso cardíaco.
Milhares de pessoas assinalaram o desaparecimento do general que liderou a ditadura no Chile até 1990, instaurada após o golpe de Estado que derrubou o governo socialista de Salvador Allende, em 11 de Setembro de 1973.
Na principal artéria da capital, muitos juntara-se aos familiares das vítimas numa manifestação contra a impunidade de Pinochet e demais comprometidos com o regime. Em algumas cidades foram erguidas barricadas como forma de protesto. Os participantes temem que a morte de Pinochet acelere o branqueamento dos crimes da ditadura e ilibe os seus responsáveis.
O governo chileno esclareceu que não seriam prestadas honras de Estado nem decretado luto nacional em memória de Pinochet, mas milhares de chilenos exigiram que o funeral também não incluísse honras militares.
A partir do golpe, o Chile transformou-se numa das mais sangrentas ditaduras da América Latina. Pelo menos 28 mil chilenos foram torturados, cerca de 300 mil obrigados ao exílio por motivos de resistência política. A constituição de 1980 e a nomeação como candidato único ao plebiscito presidencial de 1988 são exemplos de um regime autoritário que, servindo os interesses do capital internacional e a fórmula económica do FMI, votou milhões de pessoas à miséria e à repressão.
Contra o antigo ditador decorrem ainda vários processos. Em Outubro de 1998, seis meses depois do general deixar de tutelar os militares chilenos, o juiz Baltazar Garzon pediu a extradição de Pinochet para que este respondesse por crimes cometidos contra cidadãos espanhóis.
A intervenção do governo britânico impediu que o ex-ditador fosse levado a tribunal, mas de regresso ao Chile processos idênticos só foram sendo barrados pelas manobras de advogados e médicos fiéis ao antigo tirano.
Implicado na morte de 3200 pessoas – muitas das quais dadas como «desaparecidas» depois de terem sido presas pela polícia política nas operações «Condor», «Caravana da Morte» e «Colombo», contra Augusto Pinochet acresce a acusação de gestão danosa dos fundos públicos e fuga ao fisco. A fortuna familiar está avaliada em 26 milhões de dólares.
Milhares de pessoas assinalaram o desaparecimento do general que liderou a ditadura no Chile até 1990, instaurada após o golpe de Estado que derrubou o governo socialista de Salvador Allende, em 11 de Setembro de 1973.
Na principal artéria da capital, muitos juntara-se aos familiares das vítimas numa manifestação contra a impunidade de Pinochet e demais comprometidos com o regime. Em algumas cidades foram erguidas barricadas como forma de protesto. Os participantes temem que a morte de Pinochet acelere o branqueamento dos crimes da ditadura e ilibe os seus responsáveis.
O governo chileno esclareceu que não seriam prestadas honras de Estado nem decretado luto nacional em memória de Pinochet, mas milhares de chilenos exigiram que o funeral também não incluísse honras militares.
A partir do golpe, o Chile transformou-se numa das mais sangrentas ditaduras da América Latina. Pelo menos 28 mil chilenos foram torturados, cerca de 300 mil obrigados ao exílio por motivos de resistência política. A constituição de 1980 e a nomeação como candidato único ao plebiscito presidencial de 1988 são exemplos de um regime autoritário que, servindo os interesses do capital internacional e a fórmula económica do FMI, votou milhões de pessoas à miséria e à repressão.
Contra o antigo ditador decorrem ainda vários processos. Em Outubro de 1998, seis meses depois do general deixar de tutelar os militares chilenos, o juiz Baltazar Garzon pediu a extradição de Pinochet para que este respondesse por crimes cometidos contra cidadãos espanhóis.
A intervenção do governo britânico impediu que o ex-ditador fosse levado a tribunal, mas de regresso ao Chile processos idênticos só foram sendo barrados pelas manobras de advogados e médicos fiéis ao antigo tirano.
Implicado na morte de 3200 pessoas – muitas das quais dadas como «desaparecidas» depois de terem sido presas pela polícia política nas operações «Condor», «Caravana da Morte» e «Colombo», contra Augusto Pinochet acresce a acusação de gestão danosa dos fundos públicos e fuga ao fisco. A fortuna familiar está avaliada em 26 milhões de dólares.